Pois é gente, a Julia nasceu no dia 07 de Março as 3:35 da manha, de parto normal (sem pelidural), com 47 cm e 2,950 kgs.
O parto em si, foi lindo. Fui numa sexta-feira para fazer exames de rotina, e devido a minha pressao alta, o médico resolveu antecipar o parto.
Colocaram um gel para alterar a estrutura do colo do utero. Se a Julia estivesse a fim de sair, sairia, senao, ficaria por la mesmo. E eu ficaria o weekend olhando TV no hospital e sendo monitorada. Credincruz!
Pois bem, as 22:00 horas a bolsa estourou e as 3:35 a Julia deu o ar da graça. Logo apos o parto, as enfermeiras sairam da sala, deixaram a meia-luz e colocaram a Julinha no meu colo. E minha filha abriu os olhos pela primeira vez, fazendo papai e mamae chorar de emoçao.
Realmente o parto foi um sonho. Seguido de dias de pesadelo. Nao que eu entrasse em panico porque um ser humano de menos de meio metro fazia coco a toda hora, mamava bastante e botava a boca no trombone quando a coisa nao estava de acordo.
Nao.
Logico, foram as enfermeiras. Nunca vi gente tao mal preparada para orientar mae fresca. E nao é fresca de nojentinha, tipo nao me toque e nao me reles. Quem ja leu meu blog ou me conhece em carne, osso e escova feita sabe que eu nao estou nem ai para muita coisa.
Mas, a Lucylle aqui resolveu amamentar. E ai começou meu drama. Cada enfermeira que entrava, falava que tal posiçao era melhor.
Me sugeriram até amamentar a Julia deitada. Otimo. Da para me explicar como eu iria amamentar minha filha se fosse num restaurante ou na casa de alguém?
Imagine a cena: Julinha começa a berrar aos quatro ventos que esta com fome. Eu, calmamente abro espaço no chao, arrasto mesas, cadeiras, peço licença para os vizinhos de mesa irem um pouco mais para la, abro minha malinha, estendo no chao um cobertor, um tapete ou coisa que valha, pego a pimpolha, deito calmamente no chao, tiro meu seio para fora e pronto. Amamento minha filha.
E passo atestado de maluca.
E aquela posiçao que eles chamam aqui de “bola de futebol”? “Are Baba” como diz o pessoal do Caminho das Indias.
Voce pega o pimpolho. Enfia debaixo do sovaco, cabeça virada para seu corpo, pernas para suas costas. E enfia o seio na boca da criança. E sai correndo para fazer um “touch down” com a criança.
Tentei amamentar a Julia “as escondidas”. Sabe como? Prestei atençao aos horarios em que as enfermeiras entravam no meu quarto e programei as mamadas da Julia para um horario diferente. Assim, eu me degladiava com minha filha, impaciente para que o leite descesse, em paz.
Mas parece que ou as enfermeiras liam meu pensamento ou tinha camera escondida no quarto. Era batata. Pegar a Julia, preparar o terreno e entrava uma infeliz no quarto gritanto para quem quisesse ouvir : “Nao é assim MADAME”.
Nao é assim como? Nao é para alimentar pela boca? Porque eu escolhi a posiçao classica e até a hora em que a famigerada enfermeira entrou no quarto, estavamos nos dando muito bem, obrigada.
Dai vem a cena “vaca sendo ordenhada”. E sacanagem pouca é bobagem, vinham logo duas enfermeiras espremerem o teu seio. Uma de cada lado.
Imagine o meu drama: dolorida, cansada, sem dormir ha alguns dias e ainda sendo “ordenhada” por duas estranhas que nunca vi na minha vida.
E pior: tiravam a Julia do meu seio. A menina, morta de fome, tem o rango interrompido por duas megeras. Nao dava para esperar a gente terminar?
Enfim, quando as enfermeiras desistiam de me “ordenhar” pq eu protestava, saiam pisando firme, deixando mae irritada, estressada, nervosa e com dois seios doloridos e um bebe quase roxo de tanto chorar.
Nao preciso dizer que a Julia de tanto chorar, acabava dormindo no meio da mamada. O que consistia em acordar meia hora depois, morta de fome e berrando desesperada.
Juro que quando me deram alta, me senti uma presa deixando a sua cela.
Cheguei em casa e saquei a bombinha tira-leite e por uns dois meses, alegremente a Julia foi amamentada por mim, meu marido e minha mae.
Conseguimos fazer cronograma para as mamadas, todo mundo curtiu a menina, todo mundo conseguiu dormir e a Julia cresce forte e saudavel.
A festa do tira-leite acabou. Mesmo assim por falta de repouso antes do parto e apos o parto, meu corpo começou a dar sinais de stress e médico e pediatra decidiram que era melhor passar para o leite artificial.
Julia continua crescendo forte, saudavel e feliz. Hoje ela tem 3 meses e meio, 60 cm e 5,55o kgs.
Sorri para todo mundo, faz charminho, grita a torto e a direito (a ponto de ter que dar agua apos a sessao de gritaria), gargalha e brinca com papai e mamae.
E como diz a mensagem que recebemos de um amigo nosso apos o nascimento da Julia “Cada minuto sem dormir é bem recompensado pela alegria que o bebe nos da”.
Ipisis literis.
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